terça-feira, 14 de julho de 2009

Jogue fora suas batatas



O professor pediu para que os alunos levassem batatas e uma bolsa de
plástico para a aula.

Ele pediu para que separassem uma batata para cada pessoa de quem
sentiam mágoas, escrevessem os seus nomes nas batatas e as colocassem
dentro da bolsa.

Algumas das bolsas ficaram muito pesadas.

A tarefa consistia em, durante uma semana, levar a todos os lados a
bolsa com batatas.

Naturalmente a condição das batatas foi se deteriorando com o tempo.

O incômodo de carregar a bolsa, a cada momento, mostrava-lhes o
tamanho do peso espiritual diário que a mágoa ocasiona, bem como o
fato de que, ao colocar a atenção na bolsa, para não esquecê-la em
nenhum lugar, os alunos deixavam de prestar atenção em outras coisas
que eram importantes para eles.

Esta é uma grande metáfora do preço que se paga, todos os dias, para
manter a dor, a bronca e a negatividade.

Quando damos importância aos problemas não resolvidos ou às promessas
não cumpridas, nossos pensamentos enchem-se de mágoa, aumentando o
stress e roubando nossa alegria.

Perdoar e deixar estes sentimentos irem embora é a única forma de
trazer de volta a paz e a calma.

Portanto, jogue fora suas "batatas"...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

As flores encomendadas



Um grande carro de luxo parou diante do pequeno escritório à entrada do
cemitério e o chofer, uniformizado, dirigiu-se ao vigia.

-- Você pode acompanhar-me, por favor? É que minha patroa está doente e não
pode andar, explicou. Quer ter a bondade de vir falar com ela? Uma senhora
de idade, cujos olhos fundos não podiam ocultar o profundo sofrimento,
esperava no carro.

-- Nestes últimos dois anos mandei-lhe cinco dólares por semana.

-- Para as flores, lembrou o vigia.

-- Justamente. Para que fossem colocadas na sepultura de meu filho.

-- Vim aqui hoje, disse um tanto consternada, porque os médicos me avisaram
que tenho pouco tempo de vida. Então quis vir até aqui para uma última
visita e para lhe agradecer.

O funcionário teve um momento de hesitação, mas depois falou com delicadeza:
-- Sabe, minha senhora, eu sempre lamentei que continuasse mandando o dinheiro
para as flores.

-- Como assim? Perguntou a senhora.

-- É que... A senhora sabe... As flores duram tão pouco tempo, e afinal,
aqui, ninguém as vê...

-- O senhor sabe o que está dizendo? Retrucou a senhora.

-- Sei, sim minha senhora. Pertenço a uma associação de serviço social,
cujos membros visitam os hospitais e os asilos. Lá, sim, é que as flores
fazem muita falta. Os internados podem vê-las e apreciar seu perfume.

A senhora deixou-se ficar em silêncio por alguns segundos. Depois, sem dizer
uma palavra, fez um sinal ao chofer para que partissem.

Apenas alguns meses depois, o vigia foi surpreendido por outra visita.
Duplamente surpreendido porque, desta vez, era a própria senhora que vinha
guiando o carro.

-- Agora eu mesma levo as flores aos doentes, explicou-lhe, com um sorriso
amável. O senhor tem razão. Os enfermos ficam radiantes e faz com que eu me
sinta feliz. Os médicos não sabem a razão da minha cura, mas eu sei: é que
eu reencontrei motivos para viver. Não esqueci meu filho, pelo contrário,
dou as flores em seu nome e isso me dá forças.

Esta senhora descobrira o que quase todos não ignoramos, mas muitas vezes
esquecemos. Auxiliando os outros, conseguirá auxiliar-se a si própria.