domingo, 28 de outubro de 2007

Espere um tempo


Não apresses a chuva,
ela tem seu tempo de cair e saciar a sede da terra;

Não apresses o pôr do Sol,
ele tem seu tempo de anunciar o anoitecer até seu último raio de luz;

Não apresses tua alegria,
ela tem seu tempo para aprender com a tua tristeza;

Não apresses teu silêncio,
ele tem seu tempo de paz após o barulho cessar;

Não apresses teu amor,
ele tem seu tempo de semear mesmo nos solos mais áridos do teu coração;

Não apresses tua raiva,
ela tem seu tempo para diluir-se nas águas mansas da tua consciência;

Não apresses o outro, pois ele tem seu
tempo para florescer aos olhos do Criador;

Não apresses a ti mesmo,
pois precisas de tempo para sentir a tua própria evolução.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

A Água da Paz

Em torno da mediunidade, improvisam-se, ao redor do Chico Xavier, acesas discussões. É, não é. Viu, não viu. E ele sofria, por vezes, longas irritações, a fim de explicar sem ser compreendido. Por isso, à hora da prece, achava-se quase sempre, desanimado e aflito.

Certa feita, o Espírito de Dona Maria João de Deus compareceu e aconselhou-lhe:

-- Meu filho, para curar essas inquietações você deve usar a Água da Paz.

O médium Chico Xavier, satisfeito, procurou o medicamento em todas as farmácias de Pedro Leopoldo. Não o encontrou. Recorreu a Belo Horizonte. Nada. Ao fim de duas semanas, comunicou à Dona Maria João de Deus o fracasso da busca.

Ela sorriu e informou:

-- Não precisa viajar em semelhante procura. Você poderá obter o remédio em casa mesmo. A Água da Paz pode ser a água do pote. Quando alguém lhe trouxer provocações com a palavra, beba um pouco de água pura e conserve-a na boca. Não a lance fora, nem a engula. Enquanto perdurar a tentação de responder, guarde a água da paz, banhando a língua.

O médium baixou então, os olhos, desapontado. Compreendera que a mãezinha lhe chamava o espírito à lição da humildade e do silêncio.

Solte a panela

Certa vez, um urso faminto perambulava pela floresta em busca de alimento.

A época era de escassez, porém, seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida e o conduziu a um acampamento de caçadores.

Ao chegar lá, o urso, percebendo que o acampamento estava vazio, foi até a fogueira, ardendo em brasas, e dela tirou um panelão de comida.

Quando a tina já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando tudo.

Enquanto abraçava a panela, começou a perceber algo lhe atingindo.

Na verdade, era o calor da tina...

Ele estava sendo queimado nas patas, no peito e por onde mais a panela encostava.

O urso nunca havia experimentado aquela sensação e, então, interpretou as queimaduras pelo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida.

Começou a urrar muito alto. E, quanto mais alto rugia, mais apertava a panela quente contra seu imenso corpo.

Quanto mais a tina quente lhe queimava, mais ele apertava contra o seu corpo e mais alto ainda rugia.

Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso recostado a uma árvore próxima à fogueira, segurando a tina de comida.

O urso tinha tantas queimaduras que o fizeram grudar na panela e, seu imenso corpo, mesmo morto, ainda mantinha a expressão de estar rugindo.

Quando terminei de ouvir esta história de um mestre, percebi que, em nossa vida, por muitas vezes, abraçamos certas coisas que julgamos ser importantes.

Algumas delas nos fazem gemer de dor, nos queimam por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda as julgamos importantes.

Temos medo de abandoná-las e esse medo nos coloca numa situação de sofrimento, de desespero.

Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos derrotados por algo que tanto protegemos, acreditamos e defendemos.

Para que tudo dê certo em sua vida, é necessário reconhecer, em certos momentos, que nem sempre o que parece salvação vai lhe dar condições de prosseguir.

Tenha a coragem e a visão que o urso não teve.

Tire de seu caminho tudo aquilo que faz seu coração arder.

Solte a panela!

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

O Ex-mendigo

Sempre num lugar por onde passavam muitas pessoas, um mendigo sentava-se
na calçada e colocava ao lado uma placa com os dizeres:

"Vejam como sou feliz! Sou um homem próspero, sei que sou bonito, sou
muito importante, tenho uma bela residência, vivo confortavelmente, sou
um sucesso, sou saudável e bem humorado.."

Alguns passantes o olhavam intrigados, outros o achavam doido e outros
até davam-lhe dinheiro.Todos os dias, antes de dormir, ele contava o
dinheiro e notava que a cada dia a quantia era maior.

Numa bela manhã, um importante e arrojado executivo, que já o observava
há algum tempo, aproximou-se e lhe disse:

-Você é muito criativo! Não gostaria de colaborar numa campanha da
empresa?

-Vamos lá. Só tenho a ganhar! Respondeu o mendigo.

Após um caprichado banho e com roupas novas, foi levado para a empresa.

Daí para frente sua vida foi uma seqüência de sucessos e com o tempo ele
tornou-se um dos sócios da empresa.

Numa entrevista coletiva à imprensa, ele esclareceu como conseguira sair
da mendicância para tão alta posição. Contou ele:

-Bem, houve uma época em que eu costumava me sentar nas calçadas com uma
placa ao lado, que dizia:

"Sou um nada neste mundo! Ninguém me ajuda! Não tenho onde morar! Sou um
homem fracassado e maltratado pela vida! Não consigo um mísero emprego
que me renda alguns trocados! Mal consigo sobreviver!"

-As coisas iam de mal a pior quando, certa noite, achei um livro e nele
atentei para um trecho que dizia:

"Tudo que você fala a seu respeito vai se reforçando. Por pior que
esteja a sua vida, diga que tudo vai bem. Por mais que você não goste de
sua aparência, afirme-se bonito. Por mais pobre que seja você, diga a si
mesmo e aos outros que você é próspero.."

-Aquilo me tocou profundamente e, como nada tinha a perder, decidi
trocar os dizeres da placa para:

"Vejam como sou feliz! Sou um homem próspero, sei que sou bonito, sou
muito importante, tenho uma bela residência, vivo confortavelmente, sou
um sucesso, sou saudável e bem humorado.."

-E a partir desse dia tudo começou a mudar, a vida me trouxe a pessoa
certa para tudo que eu precisava, até que cheguei onde estou hoje. Tive
apenas que entender o Poder das Palavras. O Universo sempre apoiará tudo
o que dissermos, escrevermos ou pensarmos a nosso respeito e isso
acabará se manifestando em nossa vida como realidade. Enquanto
afirmarmos que tudo vai mal, que nossa aparência é horrível, que nossos
bens materiais são ínfimos, a tendência é que as coisas fiquem piores
ainda, pois o Universo as reforçará. Ele materializa em nossa vida todas
as nossas crenças.

Uma repórter, ironicamente, questionou:

- O senhor está querendo dizer que algumas palavras escritas numa
simples placa modificaram a sua vida?

Respondeu o homem, cheio de bom humor:

-Claro que não, minha ingênua amiga!
Primeiro eu tive que acreditar nelas!!!