domingo, 16 de dezembro de 2007

Só porque você dança bem



Só porque você dança bem, não significa que vai ser convidado para o baile

Você é competente naquilo que faz, mas por alguma razão outras
pessoas são escolhidas em seu lugar?

Você conhece seu produto melhor do que qualquer outro, mas vendedores
aparentemente inexperientes vendem muito mais?

Sua empresa ou departamento está implantando novas estratégias e
táticas administrativas, mas uma concorrente, aparentemente menos
organizada e frágil, está tomando o mercado e sendo muito mais
bem sucedida?

Talvez o seu problema seja o de estar confundindo ficção com
realidade. Na ficção que nos contaram, o importante eram as coisas,
estratégias, sistemas, produtos, planilhas, crenças.

Na realidade, o importante são as pessoas. Não existe nada sem
pessoas.

Não existem vendas - portanto, não existe economia de mercado -
não existem casamentos, não existem famílias e, para ser franco,
não existe sequer civilização.

Tudo o que você faz, começa e termina em pessoas.

Se você tivesse que passar o resto da sua vida com todas as riquezas
do universo... sozinho em uma ilha deserta, de que valeria qualquer
sucesso?

Você - e eu - precisamos compartilhar o tempo, a vida e as
experiências com outras pessoas. Empresas que se esquecem deste
fator, se concentrando somente no balanço do trimestre, acabam
soterradas por guerrilheiros dos negócios ou sabotadas por inúmeros
funcionários descontentes que, na melhor das hipóteses, entram em
"operação padrão".

Você pode ser genial, mas as pessoas gostam de trabalhar com
você? (Eu não perguntei se elas gostam de passear com você.

Isso é fácil. Perguntei se elas gostam de trabalhar com você). Seus
chefes, subordinados e colegas confiam em você como profissional
e gostam de trabalhar com você?

Se apenas uma dessas perguntas tiver como resposta "não", você
ficará abaixo de onde pode chegar.

Se não gostam de estar com você, se notam que você as vê somente
como um instrumento para gerar vendas, por exemplo), o primeiro
vendedor "amigo"que aparecer vai tomar o seu cliente. Para sempre.

Seus funcionários vêem você como um líder ou como um analista, que
corta pessoal sem se preocupar com o "moral" das tropas. Alguém em
quem não podem confiar?

Agora, deixe-me esclarecer um ponto. Isso não significa que você
deva ser "amigo" de todos, ou um bajulador.

Seja você mesmo. Sempre. Dá menos trabalho! Faça o que tem que
ser feito. Mas, se você não é parte da solução na empresa, na
família, no romance, no clube ou na sociedade, então você é parte
do problema. E se este é seu caso, cuidado: problemas não são
convidados para subir na empresa.

Problemas não são bem vindos no casamento. Problemas não são
eleitos. Problemas são evitados, mesmo que inconscientemente.

Seja a solução, concentrando-se nas pessoas.

O que elas realmente buscam? Do que precisam? O que querem?

Você deve buscar a competência técnica, claro. Mas não precisa
ser perfeito como um robô, porque somente pessoas avançam. Robôs
a gente constrói, ou desliga. E o único modo de pessoas avançarem
com lastro duradouro é quando são apoiadas por outras pessoas.

Você é apoiado por outras pessoas? Em outras palavras, depois da
sua competência técnica, os seus relacionamentos são a fonte mais
importante para o seu futuro, em todos os níveis.

Seja na carreira, na família ou na sociedade.

Por isso, lembre-se do que disse Michael Leboeuf:

Só porque você dança bem, não significa que vai ser convidado para
o baile.

E o baile da vida é bem curto. Curto demais. Não espere a última
música para entender isso.

Tudo começa e termina, nas pessoas.

Nenhum comentário: